Pobre Rica Vida Minha

Atravesso as guerras interiores

Atravesso os rios da minha existência

Carregando sequelas e galardões

Aprendendo com risos e lágrimas

Atravesso os recônditos do nada

Mergulhando nas profundezas do Todo

Afogo-me nesse oceano de sensações

E ressuscito em brasas ardentes e cósmicas

Atravesso e desvelo esse incessante poço de vida

Que deságua do meu ser em afluentes e remansos

Sou esse próprio temporal medonho e aterrador

D’onde minha voz cala todos os trovões em suavidade

Atravesso a rua, o mundo e os limites estabelecidos

Para provar o mel e o fel desse desejo incontido

E poder contar os dias sem sabor onde repouso os punhos

Saciando minha desgastante vida, pobre rica vida minha...

E todos os sóis estão queimando as vontades universais

Derretendo as almas congeladas que descansam o meu olhar