Marcha do leão
Pouco se importam as formigas,
em fila indiana que nunca sei onde começa,
se sobre a cabeça do rei dos animais,
repousa uma coroa e algumas minhocas.
Antes de serem feitos para a adoração,
reis servem para entrarem pra história.
E lá residindo, entre um verbete desonesto,
e uma forma botânica suspeita,
são o rosto que inventou a história,
para um povo sem nome, coletivo de memórias.
Marcha o rei pelas terras, solitário,
tanto quanto a função sem sentido,
de formigas que carregam folhas,
e que longe de suas vistas entediadas,
morrerão sem deixarem vestígios.