Marcha do leão



Pouco se importam as formigas,
em fila indiana que nunca sei onde começa,
se sobre a cabeça do rei dos animais,
repousa uma coroa e algumas minhocas.
Antes de serem feitos para a adoração,
reis servem  para entrarem pra história.
E lá residindo, entre um verbete desonesto,
e uma forma botânica suspeita,
são o rosto que inventou a história,
para um povo sem nome, coletivo de memórias.

Marcha o rei pelas terras, solitário,
tanto  quanto a função sem sentido,
de formigas que carregam folhas,
e que longe de suas vistas entediadas,
morrerão sem deixarem vestígios.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 11/06/2012
Código do texto: T3717901
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