FECUNDA
Lílian Maial
A finitude tem lá seu sentido:
coisa de ciclo, de cio, de circo.
... Às vezes me penso grão,
entre mofo e broto,
turbilhão de ideias
de germinar passado
num único centímetro.
Não me caibo reclusa em mim.
Já fui expandida em uns e outros
e também não vinguei.
É de minha natureza atrair parasita.
Frondosamente inútil,
bem sirvo para desenvolver daninhos.
Noutros dias, feito um tubérculo,
arrastando as raízes na tentativa de sol,
viva para a sobrevivência dos mais frágeis,
energia e nutrição de seiva e reprodução.
E circundo e sugo e sigo
e nada de colher respostas.
Já caí de madura,
macerei no musgo verde da saudade,
servi de adubo no colo.
Cheiro a frescor e clorofila,
mato
e ainda semeio caminhos.
**********
Lílian Maial
A finitude tem lá seu sentido:
coisa de ciclo, de cio, de circo.
... Às vezes me penso grão,
entre mofo e broto,
turbilhão de ideias
de germinar passado
num único centímetro.
Não me caibo reclusa em mim.
Já fui expandida em uns e outros
e também não vinguei.
É de minha natureza atrair parasita.
Frondosamente inútil,
bem sirvo para desenvolver daninhos.
Noutros dias, feito um tubérculo,
arrastando as raízes na tentativa de sol,
viva para a sobrevivência dos mais frágeis,
energia e nutrição de seiva e reprodução.
E circundo e sugo e sigo
e nada de colher respostas.
Já caí de madura,
macerei no musgo verde da saudade,
servi de adubo no colo.
Cheiro a frescor e clorofila,
mato
e ainda semeio caminhos.
**********