Amor de minha vida!
 
Enquanto tu fores vida,
serei a soleira da esperança,
inda que ensanguentada pela lança,
mantendo a alma ferida
presa a tua lembrança,
coberta por um céu nebuloso,
sonhando com um amor jubiloso
que outrora me fora prometido
pelos deuses que zombaram
de meus esforços e bradaram
que cinzento seria meu futuro
Ainda que entristecida... prostrada,
rogo ajoelhada no altar da igreja,
pra onde quer que estejas,
estejas a gritar por minha vida!
assim deixaria de ser flores mortas
a enfeitar túmulos de desventura,
onde a fadiga silente e dura
faz das horas alimento pras mazelas
E a verdade é que de nada adiantaria
ter vida sem o reflexo dos teus olhos,
que rasga meus pensamentos
assassinando de saudade meus dias,
fazendo-me perder o chão, o tento,
esmagando meus sentimentos,
jogando minhas palavras ao vento,
como se impuras fossem
Ah... não quero mais ter terra, nem pátria,
se todos meus sonhos me fogem...
Sequer quero dilacerar-me em poesia
agora que perdi meu norte
E de que adianta ter sensibilidade
e viver como moribunda vagueante
sem sorver a tua doce mocidade?!
Meus poros pulsam na vontade
de te viver, minha vida!
de envelhecer ao teu lado
e beber teus lábios em longos tragos,
desejo esse que me abre o peito,
e mantém o coração acelerado
prevendo viver teus abraços,
prevendo viver em ti, vida!
Ah! Suplício de vida que não encurta distâncias,
mas sem piedade engole os dias
e a sanidade da castidade d'onde te contemplo
e choro rogando que finde o tempo
dessa vida desumanamente sofrida,
desse inverno que envolve sem ter fim
Infeliz sejas minha vida!!!
pois não há vida, se a tua vida não estiver em mim!

 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 11/06/2012
Código do texto: T3717518
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