A MINHA LUZ.

Há uma luz fincando meus passos,

guinando minhas asas,

guizando meu suor.

Há uma luz traduzindo meus medos,

resvalando minhas dores,

desarmando meus senões.

Há uma luz embalsamando meus tropeços,

destilando meus nervos aflitos,

acariciando minha paz.

Há uma luz fecundando minhas aldeias,

extirpando meus tumores da alma,

apaziguando meus gritos de feitor.

Há uma luz entretendo minhas esperas,

ninando meu sangue até a hora de dormir,

liberando minhas câimbras pra passear de vez.

Há uma luz saudando meus sonhos mancos,

arejando meus gozos mofados,

afronhando cada poro da minhs insensatez.

Há uma luz segurando as amarras do tempo,

liberando minhas rédeas do perdão,

alforriando minhas sombras ocas sem descanso.

Há uma luz chicoteando meus passos em falso,

desnundando os segredos que infestam o meu olhar,

dissecando meus calos afoitos e servis.

Há uma luz se esgueirando feito saci bêbado,

entricheirando meus cântigos surrados sem se fartar,

atracando meus devaneios nas plagas encantadas da fé.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 11/06/2012
Código do texto: T3717216
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