MINHA VIDA DE PENAS
Meu passarinho na gaiola
Tão tristonho sem cantar
És como o cantor sem viola
Guarda na garganta a soluçar.
Não posso deixá-lo ir embora
Mesmo sendo minha vontade,
O bicho homem te pega lá fora
E eu morrerei triste de saudade.
Somos amigos, eu tenho certeza
De que és de Deus meu presente.
Eu sei que tu pertences a natureza,
Não quero te ter da vida ausente,
Meu pequenino ser de pena.
És a alegria que ainda me resta;
Tu enfeitas a vida, roubas a cena
De outros bichinhos dono da festa.
DIONÉA FRAGOSO