MINHA VIDA DE PENAS

Meu passarinho na gaiola

Tão tristonho sem cantar

És como o cantor sem viola

Guarda na garganta a soluçar.

Não posso deixá-lo ir embora

Mesmo sendo minha vontade,

O bicho homem te pega lá fora

E eu morrerei triste de saudade.

Somos amigos, eu tenho certeza

De que és de Deus meu presente.

Eu sei que tu pertences a natureza,

Não quero te ter da vida ausente,

Meu pequenino ser de pena.

És a alegria que ainda me resta;

Tu enfeitas a vida, roubas a cena

De outros bichinhos dono da festa.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 10/06/2012
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