RECARGA
Às vezes se sente uma dor,
Que invade, se avoluma, estranha,
De modo ladino, estarrecedor,
Profunda; ferindo as entranhas.
Abrindo profundo corte
No peito, alma, sentimentos;
Negando à própria sorte,
Alívio pra seus tormentos.
Tormentos que sempre suscitam,
Da vida, amargas lembranças,
Lembranças que latentes palpitam
Na memória, depreciosa herança.
Melhor fosse talvez,
Não ter memória, recordação;
Inconsciente, assim de vez,
Da atormentada condição.
Amnésia.Perde-se então esta dor;
Começa-se aí outra história,
Do passado, tudo apagado.
Recarga nova “in memória”.
Riedaj Azuos - Jaru – 2003