Bárbara
Isso está muito ruim, fora de lugar.
O roxo dos seus olhos tímidos,
conhece o punho e as leis da física.
Face arrojada contra o amor cortante,
produzido por um cupido com correntes de chumbo,
mais cafetão que inocente criança alada.
Então, tudo é desculpa para se cortar,
para perfurar a veia do braço com agulhas,
e pouca coragem pra pular do décimo andar.
Tudo observa, através de seus óculos escuros,
o inventor do canibalismo e do ato de se ferir.
Sorri com seus dentes de prata,
iluminados por uma noite feita de cantos escuros.
O que se vê à luz do dia, com os dentes ocultos?
Nada que se possa interpretar.
É apenas no inverno do coração mais sádico,
que se encontra a chave para esse prazer em matar.
E mata-se para que a culpa recenda à vida,
e para que a solidão venha antes mesmo
que a alma que o irá rejeitar.