Morre-se...

morre-se

Morre o portão

A janela

Morre tudo...

Até meu peito tantas vezes morre.

De fome ainda morre gente nesse mundo de Deus

De desejo também se morre.

De ter amado com gulodiça

De ter esperado em demasia

Morre com razão

E mesmo sem razão, tem gente que morre

de forma rícula!

Morre porque é vivo

Porque arde

Pula

Dói, e como dói viver...

De tristeza ou de secura

De asma, foi assim com seu Gerson

Ou de fome, como Ananias, que perdeu

tudo até a dignidade.

Morre de saudade como a mulher de seu Caroba

que morreu só uma semana depois que ele..

Alguns morrem jovem.

Os velhos de cansaço.

Mulheres traídas morrem um pouco também...

As flores duram pouco

O sol dura um dia

As estrelas uma noite

Amizades esfriam como morte

Não importa como é,

Nossa barca singra,

escorrendo para o fim.

dolorosamente procurando

a morte!