Oração em HD







Sete sons libertos de uma progressão,
alguns subindo em direção aos braços abertos,
outros descendo ao chão da catedral.
Eis a fala do rei entre os parvos,
e como através de meu prolixo engenho,
conduzo as variações em alta fidelidade.
Solidão entre um Deus oculto,
e o mundo feito de fórmulas miméticas,
é a forma mais humana de não se sujeitar.
Ouvido o eco que faz a própria voz,
não sei se grito ou forma de se alterar a arquitetura,
percebe-se a imitação de um sonar,
mais conveniente às baleias e submarinos.
Eis que a grade de sons traz minha forma,
todas as vezes sempre estando lá, como sombra,
elevando a mesma prece em frente ao mesmo altar.
Meu amigo, meu irmão, vamos orar.
Se não for pra não doer, apenas olhe minhas chagas,
e vamos ambos, chorar.
Se não for para amar demais, então,
deixemos a alma silenciar.
E de tão fria, tão singular,
perderá sua função tão antiga,
de tornar cada dia um lugar,
e cada lugar, uma dor a menos para se suportar.






EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 08/06/2012
Reeditado em 08/06/2012
Código do texto: T3713346
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