Ensinamento do amor

caminhei obstinado e decididamente frio

Ausente de ternura.

criei marcas no cenho

pelo sobrolho pesado, pateticamente sério.

Envelheci cedo, antecipando os anos,

por querer atropelar a vida,

negar os comprometimentos da estrada.

Ignorar pedras, relvas, rios...

E assim envelheci, vazio.

Sem ter o que contar.

Por preservar-me de tudo e tanto;

e quando perto do fim

amargo, seco e perdido de metas

não sei o porque

talvez por compaixão vital inegável

de um sentimento inexplicável

que sempre haverá cada um de padecer,

fui tocado pelo amor.

Este que age com intenções conspiradas, mas boas.

como tão insignificante e impercebível pássaro

num canto tão misero e descuidado

mas que embala e encaminha um tempo, no colo, sonolento, apreciando a brisa da tarde,

despertou em minha visão grandioso valor.

E para tudo o que havia negado,

entao voltei e reconstrui a jornada

pela admiração, reconhecimento de suas causas

apreciação de seus valores, motivos de existirem,

pela aprendizagem, construção de um ser

que não nasceu completo

Não nasceu sabendo.

Não nasceu,

até aquele momento.

Jhonny Fullerman
Enviado por Jhonny Fullerman em 08/06/2012
Reeditado em 16/11/2013
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