Ensinamento do amor
caminhei obstinado e decididamente frio
Ausente de ternura.
criei marcas no cenho
pelo sobrolho pesado, pateticamente sério.
Envelheci cedo, antecipando os anos,
por querer atropelar a vida,
negar os comprometimentos da estrada.
Ignorar pedras, relvas, rios...
E assim envelheci, vazio.
Sem ter o que contar.
Por preservar-me de tudo e tanto;
e quando perto do fim
amargo, seco e perdido de metas
não sei o porque
talvez por compaixão vital inegável
de um sentimento inexplicável
que sempre haverá cada um de padecer,
fui tocado pelo amor.
Este que age com intenções conspiradas, mas boas.
como tão insignificante e impercebível pássaro
num canto tão misero e descuidado
mas que embala e encaminha um tempo, no colo, sonolento, apreciando a brisa da tarde,
despertou em minha visão grandioso valor.
E para tudo o que havia negado,
entao voltei e reconstrui a jornada
pela admiração, reconhecimento de suas causas
apreciação de seus valores, motivos de existirem,
pela aprendizagem, construção de um ser
que não nasceu completo
Não nasceu sabendo.
Não nasceu,
até aquele momento.