Carta ao BEL

Querido, Bel!

Que a vida é breve,

Isso você já soube...

Que os tempos são

Curtos, e que quase

Nada da certo...

Essa experiência

Também deve lhe

Ser clara...

Que o amor é raro

E que muitas vezes

O encontramos e

Jogamos fora,

Por alguma cegueira

Ou imbecilidade...

Sei que sabe

De tudo isso que te digo, Bel.

Me Perdoe, por

Ter faltado ao seu

Enterro. Juro

Que não foi por mal.

Estava muito frio

E meu capote

Estava molhado...

E cemitérios

São sempre muito

Gelados...

Não gosto de cemitérios

Gosto muito do lugar

Dos vivos, lembra

Do futebo, dos namoros

Na praça, das corridas

De canoa? Pois é disso

Que gosto. Apesar de aceitar

Que toda viagem tem seu fim...

Juro que não fiquei

Chateado com sua morte

Apesar de inesperada.

Creio que cada um

Faz o que quer de sua

Vida...só esperava

Que antes disso

Me tivesse me pedido

Desculpas...

É feio, Bel, pegar

Mulher dos amigos...

Mas o que está feito

Está feito. Nada

Vai mudar o que já

Aconteceu...culpa

Nos nega um pouco

Mas não nega o que

Houve...

Qualquer dia

Te farei uma visita.

Te levarei flores

E quem sabe

Faço uma oração,

Não prometo, pois

Não sei rezar,

Sem apenas escrever

Versos.

Quanto a nossa

Amizade creio

Que acabou, devido

A nossa situação.

Com você morto,

Acho complicado

Manter a proximidade...

Um grande abraço, meu amigo!

Espero não te ver tão cedo...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 08/06/2012
Código do texto: T3712683