ANDANÇAS
Lílian Maial
Ando confusa de nuvens.
Penso doces recheados de teias.
Questiono a sanidade das manhãs.
Quero a liberdade do ventre
E a inconseqüência dos sonhos.
Ando com o cansaço das árvores.
Caminho passos de seqüela.
Questiono a trajetória dos homens.
Quero a paz do mato, o cheiro de hoje,
E a premência das cidades.
Ando irada com as mágoas todas.
Relembro estações e trilhos.
Questiono o vôo dos pássaros.
Quero o grito travado
E as lágrimas que evaporaram.
Ando tanto, sem lugar ou tempo.
Vejo-me finita e crédula.
Questiono a imortalidade da espécie.
Quero o gen, o vintém, qualquer esmola,
E o tempo sonegado pela ilusão de felicidade.
Ando, como sempre andei.
Vaguei.
Melhor andar, questionar, pensar,
Do que querer.
Melhor não ver, não saber, ignorar.
Melhor andar.
*****
Lílian Maial
Ando confusa de nuvens.
Penso doces recheados de teias.
Questiono a sanidade das manhãs.
Quero a liberdade do ventre
E a inconseqüência dos sonhos.
Ando com o cansaço das árvores.
Caminho passos de seqüela.
Questiono a trajetória dos homens.
Quero a paz do mato, o cheiro de hoje,
E a premência das cidades.
Ando irada com as mágoas todas.
Relembro estações e trilhos.
Questiono o vôo dos pássaros.
Quero o grito travado
E as lágrimas que evaporaram.
Ando tanto, sem lugar ou tempo.
Vejo-me finita e crédula.
Questiono a imortalidade da espécie.
Quero o gen, o vintém, qualquer esmola,
E o tempo sonegado pela ilusão de felicidade.
Ando, como sempre andei.
Vaguei.
Melhor andar, questionar, pensar,
Do que querer.
Melhor não ver, não saber, ignorar.
Melhor andar.
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