A ÚLTIMA VEZ
A última vez tem gosto azedo,
De estragado, de corrompido,
Pelo saudoso obscuro, pelo inusitado,
Pelo desgosto que se vê nos rostos,
Pela síntese dos descaminhos,
Pelo seco deglutido
Do último gole do último vinho,
Pelo sujo e o cuspido
Da mentira, que é a sobra,
Resto do que foi ninho.
A última vez tem memória
Do tempo ido, condoído,
A última vez tem história
Do resumo conseguido, Consumido pelas faltas, falhas,
E desgastes, premeditados...
E sobra a decepção,
A desilusão e o esquecimento,
De um sentimento
Que não é mais sentido...