Coisas da Vanessa

Vanessa

Vanessa

Vanessa sentada à mesa,

Dói ver tão inteira

Assim, longe das coisas

Guardadas. Do espaço

Azul e do alcance de meus

Braços.

Vanessa é tão bonita...

Passa do meu lado

Tão cheia de si.

Eu fico olhando

Pelo canto do olho,

Escondido.

Fazendo jeito

De quem não liga.

Quem não liga é ela,

Que carrega o mundo a tiracolo

E tem o céu lhe acenando

Vanessa é tão alta

Do tamanho do mundo

Que eu quero alcançar,

sentir...Ai meu Deus!

Como seria bom!

Recordar de manhã

Da noite eterna,

De estrelas e fogos

De doçura expandida

Feroz e compreendida.

E levá-la durante todo

O dia:

No trabalho, no metrô,

Na rua. Toda lugar

Em forma de perfume

E de vontade de voltar.

Onde Vanessa passa

Nasce rosas

Deixa a vida generosa,

Com gosto de cereja

E um dourado amarelo

toma conta de meu peito.

Me deixa desse jeito:

Com os pés longe do

chão

O amor me cai

Presente

Bem na minha na frente

E como uma seta

Manda eu lhe seguir

E perguntar:

Posso te amar?

Ah, Não tenho coragem...

Que rídículo. Acha!

Prefiro escrever esse poema

Onde eu posso me equilibrar

e dele te ver pela retina

do infinito.