VALSA COMIGO?
Soam ao longe o surdo dos trovões
Em ondas sísmicas de abalos temporais
Nascem estrelas em mudas explosões
Não se ouvem gemidos, suspiros nem ais...
Universo se renova em ritmo e melodia
Esferas num crescendo de pura sintonia
Gemem buracos negros na minha alma vadia...
Sinto o entoar dos cânticos entre os mundos
Emudeço, paro e ouço buscando alcançar
Harmonia dos sons do Cosmos oriundos.
Vejo nos meus versos estrelas a cintilar
Brincando de escrever comigo enquanto
Brinco eu dos astros querer musicalizar...
Ensaios, tentativas em meio ao pranto
Não de dor, nem nada, mas da beleza sem par
Que busco traduzir no silencio sacrosanto.
Agoniza uma nova, encolhe, compacta
Ecoa um lamento na terra e no céu
Uivam lobos bem longe na mata
Espocam raios, tempestades ao léu.
Vejam! A dança no firmamento
Aurora Boreal magnetismo canção
Via Láctea poesia em propulsão...
Universo que somos eterna Criação
Sansara :vida, morte, renascimento,
Energia fluindo espiral, evolução
poesia e musica , puro encantamento!
Indo e vindo entre esferas de luz e som
Cores e tons em simbiose única e perfeita
Sóis, nebulosas, estrelas novas e cefeídas
Constelações como flores em jardins
Bailando em elípticas voltas por aéons
São frases que imitam olor de jasmins
Ou planetas orbitando em semitons.
Ah, se poetisa eu fosse, seria feita
Musica e poesia fluindo como dons.