Quase uma criança

Quase uma criança

Para Felipe

Enganos.

O ar que toca a vida, não é mais leve e doce.

Vê-se a sombra, grande.

Um ringue de sentimentos,

todos estão conjugados para um fim funeral.

Sentindo o ar sufocando a garganta

é o que resta agora de agora.

Agora é e não é o tempo presente.

Enganos despersonificando: a face, o gesto, o elo, o corpo.

Segue o mundo

homens sozinhos sem Deus!

A criança brincava no quintal, com pipas, bolas de gude

Brincava de querer ser grande e ria um sorriso limpo brilhante.

Sobre a incidência das trevas, ela

Morrendo, Morrendo, Morrendo

Fica o ar sufocando nossas gargantas

Fica o desespero da mente inerte!

Foi feita uma aposta, e a quase criança não cresce,

ela decresce .

Declínio.

Saudades dos dias belos, das brincadeiras

da suavidade, do encanto do sorriso branco.

Vivos e mortos convivem por conta de uma pedra que é tudo agora.

Carmem Maria Carvalho Bastos
Enviado por Carmem Maria Carvalho Bastos em 07/06/2012
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