O Tempo do Tempo que se Foi

Tantos os tempos decorridos em ampulhetas

Andando as pressas escorridos em areias cálidas

E tão rapidamente a vida passa aos olhos

Embriagando e roubando nossos sonhos

Tantos minutos que duraram horas

Guardados dentro dos olhares pasmos

Que se encontram entre todas as almas

E se reconhecem num colapso de destino

Tantas as vidas que passaram logo

Destroçadas pelas grotescas mãos temporais

Que escrevem todos os atos desfeitos

Sussurrando os aspectos da causa e efeito

E os relógios cósmicos de uma quinta feira morta

Registram todos os olhares em frases de soslaio

Espionando e sequestrando corações diáfanos

Imune à ação da vida e da morte inconsequentes

Todos os tempos estão contidos no sol do espírito

E as revelações massacraram os egos assassinos

O que seria do amanhã se o ontem fosse mais um defunto

enterrando os legados ásperos de uma mente coletiva?

Somente mais um dia inacabado onde a história seria escrita pelos astros...

Em uma via infinita onde o tempo não olha para trás...