Autorretrato
Tudo em mim nada que pese
Meu cabelo é relva escura
Minha tez - um manto leve
Meu olhar – maldade e cura
Entre meus dedos nada mais vejo
É a teia, é a mola desenfreada...
Que bebe o meu o vício, bebe o desejo
E tudo que meu coração não guarda
Emudecido fica o meu corpo
Quando minh´alma não silencia
Voraz figura de um mundo torto
Um lobo, um pássaro da alquimia
Procuro em mim o que não acho
Só meu retrato não valeria
“Digo ou não digo, sou meu capacho?”
Meu lado destro não aguentaria.