CANTO 17
Ai daqueles que vivem sem uma ilusão,
quando estão presos à tétrica mansão do
abandono, em amargas horas de dor!
Em minhas noites de insônia, quanto te-
nho pensado em ti. Lembro de ti como se
lembra de um sonho agradável, do qual se
conserva a mais suave impressão, algo in-
descritível que acaricia como uma lufada de
vento perfumado, após agitar um florido jar-
dim.
Ai, então, comparo-te ao mar bravio, em-
bora não tenhas nem uma gota de água para
mitigar esta cruel sede de amor que me abra-
sa o ser.