CANTO 14
A lua cheia bordava as folhas das goiabeiras e da cajazeira com franjas de prata, no silêncio da noite.
Ao longe, a noite cantava suas ansiedades, vestida de luz.
Fiquei solitário e triste, mergulhado na noite, e a chorar contemplei o plenilúnio, à sombra dos galhos da minha mangueira.
Suaves perfumes corriam ligeiros nos longos rios dos ventos e meu coração estremeceu aflito.
Passou a noite de saudades! A lua se escondeu, lá na amplidão, por trás de nuvens escuras. Só uma angustia muito grande se agita dentro de mim, como serpente coleante, discreta, mas cruel.
Volta... E aquece outra vez meu coração gelado de tristeza e saudades!
Penetra no meu quarto e deposita o teu ósculo sobre meus lábios que não se cansam de pronunciar teu nome.
Estarei te esperando e só à noite de lua cheia saberá deste nosso colóquio, que me acalentará e revitalizará!....