Tudo o que eu quero eu tenho:
Esse silêncio e essa paz,
Essa tristeza, essa solidão,
Essa indiferença...
E tanto faz querer ou não querer
De tudo tão pouco um pouco mais.
E tudo o que eu sei que sou
Sou e sei que sou de nascença,
Até essa pretensa nobreza solene
De uma sabedoria assim infame
De seguir impune na vida sem parecença.

E dá licença!
Que quando eu passo
Eu não falo, não escuto, não vejo
E não sinto sinal algum
De ausência ou presença.
Não me comovo com o alheio
Dessa fraqueza alheia força desperdiçada.
Essa vida desgraçada eu não levo
E nem carrego os sonhos dos desgraçados.
E os atormentados que, por favor, me perdoem
Que somente por amor e para meu tormento
Eu criei o meu próprio inferno...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 05/06/2012
Reeditado em 07/05/2021
Código do texto: T3706941
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