Não faça alarde!
Não faça
Alarde!
Do nosso amor
Que cresce e arde
Nesse mormaço do tempo.
Deixe-o desabrochar das flores
Que florescem nas manhãs primaveris.
Colorizar, pintando a tua mocidade.
Não faça zoeira
Deixe que ele siga em surdina
Sorrateiro, envolvendo, calando
O alarde. O mexerico e a chocalhice.
Não faça
Ufania!
Deixe os artistas esculpirem
E o transformarem em obra
De arte. O nosso amor
Que cresce e arde.
Deixe que os poetas
Cante em prosa e verso
O nosso amor que cresce
E arde nesse mormaço
Do tempo
Deixe que o tempo.
Que envelhece meus cabelos
Que os pinta de branco
Caminhe pelas estradas
Margeando, ouvindo.
O segredar dos pássaros.
Ao recolherem-se aos ninhos.
Deixe que ele assim siga
Nesse anoitecer da minha
Vida.
Alimente essa ilusão de
Forma colorida repleta
De entretons!
Nilópolis, 05/06/2012.