A era das flores
Preciso de algo mais
Alguma coisa mais próxima do que desejo
Nas noites que finjo ser eu mesmo.
Nos momentos em que deliro por medo de ficar só.
Nas frases feitas que mal conheço
Nas desculpas precoces
No choro desatento, choro cheio de péssimas intenções.
Preciso de algo mais
Alguma coisa mais próxima do silêncio intenso.
Como o grito de um suicida
Aquele grito que independe da vontade
Como o som de uma virgem de pensamentos impuros
Com o corpo tremulo e o gozo abafado
Entre a dúvida do prazer e a certeza da solidão
Que acaricia seu frágil caráter.
Como o som ilusório da conquista
E o silêncio profundo e frio da perda.