Caminho Sem Volta
Era um homem comum... E tudo estava quieto
entre as ruas e becos do seu gueto;
dentro dele, mais do que tinha era secreto,
e vagava, descolorido em branco e preto...
Um dia virou poeta, abriu as portas
do seu gueto e entrou triunfante
numa cidade de esquinas tortas,
a cantar o mistério da ilusão ululante...
Coloriu-se de poesia e se tornou caminhante
calçado de sonhos e de fantasia;
e anda, de coração em coração, em ambulante
lirismo, que sobre o improvável tripudia...
E quando quer voltar ao seu gueto esquivo,
vê que do vício poético a sua mão não solta...
Então, resignado, cria o poema, hoje tão cativo
das musas, que já não lhe é mais possível a volta...
Era um homem comum... E tudo estava quieto
entre as ruas e becos do seu gueto;
dentro dele, mais do que tinha era secreto,
e vagava, descolorido em branco e preto...
Um dia virou poeta, abriu as portas
do seu gueto e entrou triunfante
numa cidade de esquinas tortas,
a cantar o mistério da ilusão ululante...
Coloriu-se de poesia e se tornou caminhante
calçado de sonhos e de fantasia;
e anda, de coração em coração, em ambulante
lirismo, que sobre o improvável tripudia...
E quando quer voltar ao seu gueto esquivo,
vê que do vício poético a sua mão não solta...
Então, resignado, cria o poema, hoje tão cativo
das musas, que já não lhe é mais possível a volta...