...PALAVRAS AO VENTO...
As palavras inundam minha mente.
Brotam feita mina d’água.
Afloram do meu peito, vira leito.
Não quero que virem enchente.
Quero que seja vento.
Alento, tormento, momento.
Pombo correio, passarinho azul.
As palavras querem ser musicas.
Para uns é canção.
Sinfonia, corda, violino.
Hino, oração, salvação.
Meu coração já foi gaiola.
Onde a palavra era cativa.
Agora é altiva, flecha que voa.
Criança que brinca de ser feliz.
No papel a felicidade é e pronto.
Não depende do dono, do Santo.
Nem de sacrário nem de manto.
A palavra corre, mas não na maratona.
Na vida ela é essência.
Excelência cria e recria a criação.
Tem gente que é calabouço.
Mantém a palavra aprisionada.
Sufocada, esta vira monstro.
Conheço pessoas calabouços.
Guardas severos sentem medo?
Trancam suas palavras e enlouquecem suas mentes.
Solte-a e ela o libertará também.
Vire águia, voe alto solte as palavras ao vento.
O alvará de soltura da palavra é a escrita.
Escrever liberta seus sentimentos.
Nunca tive professor de escrita.
Que me desse a forma ou fórmula.
Escrever para mim é desabafo...
Gaiolas queimadas, palavras, pássaros que ganham o céu azul.
Papel enfeitado de motivos para viver.