Pensando em ti

Amador Filho.

Ontem à noite fiquei a pensar!

Sem compreender o fatal motivo,

Que como agouro ou fúnebre aviso,

De vez em quando vinha me incomodar.

Pensando em ti, confesso, tive medo.

E conjeturando fui, tranqüilo a gosto,

Com a cabeça num macio encosto,

Sem compreender este terrível degredo.

E a noite passou sem mais loucuras,

E eu sozinho, a mendigar ternuras,

Pensando em ti, sempre a cismar.

Se não me quiserdes, como ti quero tanto,

Sei que do olhar, há de rolar o meu pranto,

Como protesto a quem não me quer amar!

Santa Luz Verão de 1976

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 04/06/2012
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T3704497
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