Cânones de Guerra
A trombeta desperta as milícias
Que dormem acampadas no matagal,
Ainda no escuro uma refeição frugal
Que alimenta o estômago de forma fictícia...
O vento frio é o coadjuvante das emboscadas
Que ferem a alma desvalida e semeiam a morte,
No amanhecer homicida treme mesmo quem é forte
Já que o frágil fenece ao raiar da alvorada.
O sol desponta tímido encoberto pela fumaça
E o sangue é a água que o solo ressequido encharca
Dos que anonimamente se tornam esquecidos heróis...
Corpos esquálidos enfeitam os campos desnudos
Numa vitrine estertora donde se perdeu quase tudo,
Pois restam as consciências que os abutres não roem!