Cânones de Guerra

A trombeta desperta as milícias

Que dormem acampadas no matagal,

Ainda no escuro uma refeição frugal

Que alimenta o estômago de forma fictícia...

O vento frio é o coadjuvante das emboscadas

Que ferem a alma desvalida e semeiam a morte,

No amanhecer homicida treme mesmo quem é forte

Já que o frágil fenece ao raiar da alvorada.

O sol desponta tímido encoberto pela fumaça

E o sangue é a água que o solo ressequido encharca

Dos que anonimamente se tornam esquecidos heróis...

Corpos esquálidos enfeitam os campos desnudos

Numa vitrine estertora donde se perdeu quase tudo,

Pois restam as consciências que os abutres não roem!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 03/06/2012
Código do texto: T3704288
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