Noites Insossas
Noites a fio distorcidas,
pelas dores, pelo frio;
pelos devaneios fúnebres,
que assolam-me a alma.
São momentos de regaço à poesia,
escancarando o sentir, ápices de solidão;
como encruzilhadas de verão,
deteriorando minhas ilusões.
Somente versos agonizam o peito,
vastidão de vazios em espera, sem esperanças;
gritando mudos em minha consciência entorpecida,
procurando afagos em minhas composições.
Mas tão distantes são os edens do ser,
e as maçãs apodrecidas não instigam mais;
repelem os mais secretos desejos contidos,
o que me resta sou eu mergulhado nas lástimas de mim.
Anseios distantes de um sol no amanhecer,
insone espalho olhares escarnecidos às paredes ;
e as antigas canções de ninar calaram insossas,
refletidas em um espelho sem mágica alguma.
Aonde o sono for será distante à vontade,
pairar insatisfeito, em dias intermináveis;
espasmos tão rarefeitos, não mais surtem efeito,
somente o leito gélido de um corpo já cansado.
Enquanto as estrelas consolam em suas solidões eternas...