Reflexos da guerra
O olhar vazio
Sob o véu de morte
Contempla o sangue escorrendo pelos dedos
Em breve o cadáver se transformara em alimento
O olhar percorre as ruínas
Encarando esqueletos de concreto
Onde a poucos minutos atrás reinava
A doce inocência das crianças
O som da explosão
O ecoar os gritos
A fuga desesperadora
A tentativa de sobreviver ao caos
No porão: O medo! A escuridão!
Ao abrir os pequeninos olhos
Uma cabeça rola pelo chão
Adeus meu amigo!
Corpos mutilados cobrem
O que outrora fora um jardim
Crianças estupradas. Vidas violadas
A escuridão oprime com seus dentes
A inocência se perdera
A fome ensina-nos a roubar
Os adultos embotados em sua loucura
Ensinam-nos a ver do que somos capazes
Ou talvez o que realmente somos?
Antonio Deodato Leão 02/06/2012