O Poeta e o Monstro

O poeta tem hábitos noturnos,

rabisca papel, quieto como um roedor,

é um fantasma que uiva frio na solidão,

é a insônia, a lua, é um suave predador.

O poeta tem pacto com os arrepios,

tem contrato também com as lágrimas,

abraça deprimido e liberta eufórico,

é luto e orgasmo, filosofia e pleonasmo.

O poeta tem escrito a conduta da alma,

tem a liquidez dos sonhos, a solidez do olhar,

tem palavras extintas na boca calada,

é um monstro perdido, nascido para amar.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 02/06/2012
Código do texto: T3702053
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