Cálice de Orvalho
Uma explosão de cores
Refletidas em faróis noturnos
Cegando minhas passadas cansadas
Em busca de um cálice de vinho tinto
Uma explosão de devaneios
Distorcendo meus anseios
A boca seca não encontra palavras
E a morte suja espreita em becos vazios
Uma explosão de mortes
Almas que se perdem insanas
Minha própria dor sorrindo aos cacos
E busco sorver o último gole de uma garrafa de vida
Explosões internas e externas
Em analogias imutáveis dos opostos
Sangue é derramado por muito pouco
A alma é vendida pelos comerciais de televisão
Mas ainda tento sorver as garrafas vazias,
de sentimentos, de vinhos e licores;
queria beber todas as gotas desse orvalho amanhecido,
para poder continuar por entre os sóis desse deserto noturno...