Peso.
Carrego em meus ombros o peso de sonhos e horas mortas
O abrir e fechar de tantas portas ao longo de uma vida
Sobre os meus ombros pesa toda uma era
O decorrer de séculos sonhados.
Sobre os meus ombros pesa o sonho
Dos que vieram antes de mim
O som da voz dos meus antepassados
De quem não posso sequer sentir saudade,
Por não lembrar... Porque o tempo passou
E levou no vento o cheiro de vida
Sim, há tanto peso em mim!
Há sonhos não germinados...
Há tanto peso sobre os meus ombros
Que a vida me faz encurvar
E habitar um mundo inabitado
Onde as palavras se calam...
E eu vou vivendo desses fragmentos
De Lua e Sol,arrebol...
Que iluminam e aquecem
Todo o meu ser quando o peso aumenta.