ama de reve
Já quando pequeno
Amara o mar como o deus que nunca cri
E nos sonhos de infância,
Me embalava em canção de piratas
Doses de rum jogadas ao mar
Ouro e donzelas de outras terras
E o som dos canhões ecoando
Sob o cantar de bravos homens
Que possuiam o mar como o grande rei
E a liberdade como como única amada
Entretanto, quando vim a tomar meu barco
Não foi pela pirataria e pelos sonhos
Vim ao mar sozinho e a ele entreguei minha sina
Vim ao mar não por que quis, mas como única rota possível
Não busco tesouros
E as donzelas que possuo vieram de minhas costelas
Não há canhões, não há homens
Não há rum
Eu vim ao mar por esquecimento
Porém, quando chega a noite
E me deito em qualquer canto
Desse barco sem ninguém
Ela entra porta adentro
E ao contrário das outras, não me toca
Se põe a embalar-me com seus olhos confortáveis
E a cantar uma canção de solidão
A única cantada nesse barco
Só ela me Poe de volta ao sonhar