Insone

Cala-se a noite cansada

A mãe de todo desejo,

De todo desassossego,

Da merencória efialta

Calam-se as vozes rompantes,

As alegrias pungentes,

O sentimento fremente,

Os gemidos dos amantes.

Grita a voz do silêncio

Em meio à vasta negrura

Clamante pela candura

Que se via n’outro tempo

Já não ressoa a sonata

Nem tampouco sorrisos,

Não se morre ou se mata

No negrume vazio.

Rio de Janeiro, 28 de maio de 2012.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 01/06/2012
Código do texto: T3699134
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