O passar das horas
02:47 papel e caneta à mão,
Não se sabe da gilete,
Qual flagela o coração.
02:48 o que resta é o frio
Não se abre mais os olhos
Não se ouve um idílio.
02:49 o que sobra é desespero
Onde tudo que se move
É o reflexo no espelho.
02:50 já se perde dentre letras
O que agora te sustenta
A lembrança da sarjeta.
02:55 já não pulsa nesse peito
Nem mesmo em desalinho,
Estertora em frio leito.
Rio de Janeiro, 29 de maio de 2012.