Anima Mundi
Há uma consciência
inconsciente de dualidade.
Há uma alma sem idade,
um círculo infinito
a contemplar a si mesmo,
sem perceber a individualidade
de seus múltiplos pontos.
Há uma fonte de todos os contos,
sentidos, emoções, especulações,
de toda energia cinética e potencial.
Há uma fonte a vibrar
o que há em si.
Há um eterno devir
do que já é,
movendo-se em si mesmo.
Há uma força criadora, destruidora,
transmutadora de suas próprias faces.
Há uma Anima Mundi
que me confundi ao dizer
que tudo é Uno.
Há uma força que me inflama
e me chama a vibrar uníssono,
a me queimar em chamas
a me dissolver nela.
Há uma donzela,
Alma do Mundo,
a esperar seu cavaleiro,
pai, filho e herdeiro,
cordeiro de suas bodas.
Sigo ao seu encontro,
Amor meu.
As chaves do castelo,
Morfeu já me deu.
Que siga então
minha peregrinação...