Gratidão inocente.

Uma inocência tão bela, tão singela.

Que surra nossa ingratidão,

e o nosso não fica pesado

gerando um constrangimento mudo.

Mesmo destituída de tudo,

esta inocente continua ver a bondade.

Caminha pela retidão, mesmo não podendo caminhar

fala de maravilhas, mesmo não podendo falar,

canta, dança, grita e saltita de gratidão e alegria

e nós não.

Fico mudo perante,

e logo me abomino.

Tanta inocência emudece meus conceitos,

e mostra-me a realidade,

minha realidade.

Enquanto de todos os recursos possuo,

não ajo conforme.

Quando as calamidades aparecem,

meu coração teima em ver tanta bondade.

Fico tão frustrado com pequenos pardais,

e nesta inocência, não se importa com tormentas.

Não estou no leve e suave julgo,

e sim, possuo fardos severos.

Pergunto eu: quer isto?

Responde-me que sim.

Pergunto eu novamente: mesmo sem isto, continua a ver bondade?

Responde-me que sim, novamente.

Do jeito que pode, no jeitinho pé de valsa

responde, inocente e sorridente.

Ah, coração ingrato!

Porém, posso eu mudar meu coração?

Posso eu mudar o de alguém?

É dessa gratidão inocente que meu coração necessita,

de criança pequenina

como se não fosse contado,

preciso enxergar ao meu redor,

para sobre amargura eu não mais levantar tenda.

Agradecer pelo dia,

bom ou ruim

todos os dias são bons,

na visão correta.

Continua em gratidão mesmo sem nada,

e eu desta maneira deplorável..

até a misericórdia Soberana mudar-me a meu favor,

esperarei, e rogarei até este dia.

[31/05/12]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 31/05/2012
Reeditado em 31/05/2012
Código do texto: T3698217
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