ODE À VIDA
Um fardo pesado nos ombros
Talvez a sina crua de um destino
Onde a benevolência há muito se foi
E o que ficou foi apenas o peso pesado da vida
Um fardo para o corpo, outro para a alma
Não há lástima, não há lágrimas, nem recusa
Só o conflito de um coração machucado
Diante das desventuras amargas do destino
Há um cansaço lastimável da alma
Onde a desistência da vida é inevitável
A única resistência ainda é a corporal
Reduzida apenas a um fio triste de teimosia
Teimando em não aceitar o implacável fim
A inevitável derrota da vida, da esperança
Quando a única alegria é o fim do sofrer
O fim do querer, do ter, do poder, do viver
A luta contra o inevitável é enfadonho
Esmurrar ponta de faca é pedir para sofrer
Preparando a mente para uma longa loucura
A insanidade é a cura para todo sofrer da alma
A morte à cura, para as chagas do corpo
Um corpo já morto, esmagado pelo peso amargo
O pesado fardo chamado desprezo, o desprezo do amor
Renunciando tudo, e a todos os sentimentos
De transformação da razão em emoção.