ODE À VIDA

Um fardo pesado nos ombros

Talvez a sina crua de um destino

Onde a benevolência há muito se foi

E o que ficou foi apenas o peso pesado da vida

Um fardo para o corpo, outro para a alma

Não há lástima, não há lágrimas, nem recusa

Só o conflito de um coração machucado

Diante das desventuras amargas do destino

Há um cansaço lastimável da alma

Onde a desistência da vida é inevitável

A única resistência ainda é a corporal

Reduzida apenas a um fio triste de teimosia

Teimando em não aceitar o implacável fim

A inevitável derrota da vida, da esperança

Quando a única alegria é o fim do sofrer

O fim do querer, do ter, do poder, do viver

A luta contra o inevitável é enfadonho

Esmurrar ponta de faca é pedir para sofrer

Preparando a mente para uma longa loucura

A insanidade é a cura para todo sofrer da alma

A morte à cura, para as chagas do corpo

Um corpo já morto, esmagado pelo peso amargo

O pesado fardo chamado desprezo, o desprezo do amor

Renunciando tudo, e a todos os sentimentos

De transformação da razão em emoção.

Liu Bernardo
Enviado por Liu Bernardo em 30/05/2012
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