CONVITE
Deita neste lençol morno
Tecido com a pele do meu corpo
Descansa a cabeça cansada
Nos meus seios intumescidos.
Vem, não é bom que se viva
Em praia cinza, sem sol,
De almas que não são
A luz na escuridão.
Não vagues entre gente desnuda
Vestida de insensibilidade,
Carne fria mercadejante
De prazeres mentirosos.
Vamos caminhar descalços...
Somos andarilhos do amor,
Os astros são nossos cúmplices
Nesta aventura cosmopolita.
Não sou pacífica ou temerosa
De normas repressoras ancestrais,
Também não deixo represadas
As águas dos meus sentimentos,
E se digo eu te amo, eu amo,
Com a verdade da palavra
Expressa no convite que faço:
- Vem, deita neste lençol morno!
23/07/05.