A outra Máquina do Mundo
Em cada dedo que digito
escorre o mel e o fel
da flor que não morre.
Já são 3h40 dessa
Madrugada que não termina.
Logo a Sirene apitará
avisando que está prestes
o fim de sonhar.
Logo, a outra "*Máquina do Mundo"
agirá em mil partes
e esmagará as mil artes.
Logo, jogarei novamente
as fichas que não tenho.
E viajarei o mar que me apavora,
em tosco e frágil lenho.
Meus Deus, há quanto
que assim eu venho...
* da Poética de Carlos Drummond de Andrade.