MIGALHAS
Não tenho medo da tua chama
Queime o quanto quiser
Consuma-se...
Eu juro... vou apenas assistir
Ando tão cansado de tuas escolhas
Tuas jogadas e macetes tolos
Cansado de você...
Pode fazer tuas ameaças
Todas as coisas sem sentido que vociferas na solidão de teu quarto
Você da seus gritos onde ninguém pode ouvir
Você gargalha onde ninguém vê?
Aposto que sim
Faça mais de sua vida do representar
Todos conhecem teu limitado repertorio
Selvagem na luz do dia
Só lagrimas na solidão do crepúsculo
Onde te levaram tuas batalhas?
Já conquistaste um amor em tuas guerras?
Alguma amizade sincera?
Angariou respeito?
Não confunda medo com consideração
Medo e tão fácil de instilar nos corações incautos criança
Tão irônico que você julgue que isto te faz bem
Que é bom o bastante
Cavalgas para a inevitável derrota com insuspeitavel decisão
Tua pálida fome definhada em tua estupidez
Não há sentido em tua ânsia
Nada mudou ao teu redor
Só posso lamentar por ti
Todos só têm lamentos pra te dar
Tens vivido de migalhas e te julgas patriarca do banquete
Há... tanta estupidez....tanta magoa...
Tão pouca fé e força você exala agora
A quem ouvis -te eu pergunto?
A quem ajudaste?
A quem podes recorrer?
Perguntas...
Perguntas demais para você
O dia findou mais uma vez...
Noite longa e sem estrelas no teu céu
Véu de negrume
Voltando pra casa do dia arrastado
Já podes... Ser você mesmo.