TEMPO DE SORTILÉGIO * No silêncio das horas
Entreteço o silêncio das horas
com a noite que, lenta, desfio...
E tu, longe, que tanto demoras!
Do meu círio extinguiu-se o pavio...
Às escuras, a noite é mais densa.
E o silêncio persiste, doído.
E esta espera, das horas suspensa,
intuindo o roçar dum ruído.
Porque eu sei que virás, de mansinho,
entre sombras, alada, ondeando...
Tu serás, não sei quando, o caminho!
Que tortura o sortílego quando!
José-Augusto de Carvalho
15 de Maio de 2012.
Viana*Évora.Portugal