TEMPO DE SORTILÉGIO * No silêncio das horas

Entreteço o silêncio das horas

com a noite que, lenta, desfio...

E tu, longe, que tanto demoras!

Do meu círio extinguiu-se o pavio...

Às escuras, a noite é mais densa.

E o silêncio persiste, doído.

E esta espera, das horas suspensa,

intuindo o roçar dum ruído.

Porque eu sei que virás, de mansinho,

entre sombras, alada, ondeando...

Tu serás, não sei quando, o caminho!

Que tortura o sortílego quando!

José-Augusto de Carvalho

15 de Maio de 2012.

Viana*Évora.Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 29/05/2012
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T3694741
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