FIM DE CASO
Pela estrada sacolejante e torta
Iam e vinham a lugar nenhum,
Depois da curva a palavra morta
Descumprida no quilômetro um.
Na sarjeta, o atropelo da vida
Jazendo em silêncio absoluto,
Havia ali a promessa esquecida
Prova fatal dum caso dissoluto.
No pensamento, viagens de outrora,
Quando em dueto sonhos lhes convinha,
O vagar devagar pedia mora,
Ao atropelo que depressa vinha.
É o fim do caminho – nem mais um passo;
Havia planos, não havia estrada,
Ditou-se ali na marca do fracasso,
A morte a sós muito aquém do nada.