FIM DE CASO

Pela estrada sacolejante e torta

Iam e vinham a lugar nenhum,

Depois da curva a palavra morta

Descumprida no quilômetro um.

Na sarjeta, o atropelo da vida

Jazendo em silêncio absoluto,

Havia ali a promessa esquecida

Prova fatal dum caso dissoluto.

No pensamento, viagens de outrora,

Quando em dueto sonhos lhes convinha,

O vagar devagar pedia mora,

Ao atropelo que depressa vinha.

É o fim do caminho – nem mais um passo;

Havia planos, não havia estrada,

Ditou-se ali na marca do fracasso,

A morte a sós muito aquém do nada.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 29/05/2012
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