Partida

As coisas em silêncio não deveriam mesmo me dizer nada.

Também, pra mim tanto faz.

Se é céu ou estrada, se é seu ou roubara.

Se for assim, favor não devolva.

Não servirá pra mim, e a ti fará toda falta.

O que me dizes, eu escuto.

E são letras de velhos sambas,

Sobre casas beirando encostas,

E amores.

Que foram e não estão mais, que são e não sabem nada,

Que serão, no fim daquela curva, um começo de estrada.

E a caminho de Barça, já me perdi.

Pra depois encontrar-me, desatado de qualquer nó, arriscando navegar-me.

Ave Maria, marinheiro avante!

E me verás, de fome saciada.

A boca, ainda melada, baba coisas do tempo.

E o meu sorriso faz contrassenso com qualquer coisa que pese ou espere demais,

Ou de mim.

Kaike Lamoso
Enviado por Kaike Lamoso em 29/05/2012
Código do texto: T3694422
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