VIOLAÇÃO
Posso entrar noite, por seu escuro?
pela porta das estrelas, pulando o muro
do luar, pedindo a boca para beijar,
tocando os trompetes dos anjos azuis?
Posso sair noite, pelo seu clarear?
descendo as escadas deste céu vazio,
débil, bebendo o orvalho frio,
invadindo o inferno a soluçar?
Licencie noite, meu poema vadio,
permita-me rasgar a cortina do espaço,
perder da retina a liminar da liberdade,
sim, vou sair noite, para a minha loucura.