VIOLAÇÃO

Posso entrar noite, por seu escuro?

pela porta das estrelas, pulando o muro

do luar, pedindo a boca para beijar,

tocando os trompetes dos anjos azuis?

Posso sair noite, pelo seu clarear?

descendo as escadas deste céu vazio,

débil, bebendo o orvalho frio,

invadindo o inferno a soluçar?

Licencie noite, meu poema vadio,

permita-me rasgar a cortina do espaço,

perder da retina a liminar da liberdade,

sim, vou sair noite, para a minha loucura.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 28/05/2012
Código do texto: T3693315
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