Memórias de um Narciso
Em espelhos d’água
Onde reflete o narciso
Em caule em flor e sensibilidade
Em perfume adocicado de sua cor
Reflete a mente mensageira embriagada
Doente as vidas percorridas sempre ao léu
Toda beleza sobrepuja sua face em pétalas
Largando em morte o renascido vegetal
Sobre essas flores eu segredo sem mais agruras
Pois os amores são tão platônicos ao alvorecer
E as filosofias aristotélicas... Pura magia
Enquanto ao jardim da vida a semente a florescer
Desabrochando revelações entrecortadas
E mergulhadas em firmamentos de águias ríspidas
Segue o narciso agora inciso a natureza
Despido em outonos frios e auroras aflitas
Dentre as lembranças de uma planta tão pungente
Eu pesco sonhos em um abismo pavoroso
Onde entre sombras se esconderam as raízes
Da flor que é rei vestindo um manto majestoso