*Estátua do Santo*

Na estátua o congelado santo

Supliciado a terra, fragilizado à culpa

Intimidado por rasgado céu que é manto

Que amiúde o carrega na garupa.

Aos transeuntes escabelado e rouco,

Distraídos no calor dos doces vinhos,

Ecolálica a voz num tambor oco,

A reza guardada nos escaninhos.

Nas promessas, ó tolas humanidades!

Comércio é teu retrato em toda a feira.

Perdoa... são pequenas leviandades!

Minha última!?!? E a tua... a primeira?!?!

Pobre santo! Que peninha congelado!

Melhor seria ser *free*

Carcereiro também é um condenado

Vou passando e fingindo que não vi!

Canos, 13 de janeiro de 2007/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 04/02/2007
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T369265
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