*Estátua do Santo*
Na estátua o congelado santo
Supliciado a terra, fragilizado à culpa
Intimidado por rasgado céu que é manto
Que amiúde o carrega na garupa.
Aos transeuntes escabelado e rouco,
Distraídos no calor dos doces vinhos,
Ecolálica a voz num tambor oco,
A reza guardada nos escaninhos.
Nas promessas, ó tolas humanidades!
Comércio é teu retrato em toda a feira.
Perdoa... são pequenas leviandades!
Minha última!?!? E a tua... a primeira?!?!
Pobre santo! Que peninha congelado!
Melhor seria ser *free*
Carcereiro também é um condenado
Vou passando e fingindo que não vi!
Canos, 13 de janeiro de 2007/RS