O cavalo negro
Perto da árvore
Negra que compunha
Minha família
Um homem doce
E alegre me chamava
De filho: eu ria,
Outras vezes, esse homem
Se aproximava mais um pouco
Da árvore negra e me batia.
E foi se o tempo de idas
E vindas, a árvores envelhecia
E eu entrava e saia, conforme
O homem doce e alegre que
Em me se via...
Um dia, no final roxo
Que o céu adquire diante
Da dor, eu experimentei
Uma coragem, e sair
De perto da árvore
Escura que compunha
A minha família...
O homem doce e alegre
Montou seu cavalo cego,
Bateu forte e esporou o animou
Até chagas aparecerem,
Nesse caminho de fuga,
O mundo de trevas e agonia
Se dissolvia no berro infeliz
Que o animal fazia...
Era a dor presa, desviada
De seu perdão. O cavalo
Se foi, subiu a montanha
Do céu, com seu cavaleiro
Alegre e bondoso, carregado!