Pincelar
Eu poderia desenhar
Milhões de lugares que nunca vi
E seguir rindo para a próxima estação
Eu poderia me enganar no choro
E não fingir sorrir
Para que tudo esteja bem
O mundo nunca percebe a dor...
Que seja assim
As tintas no chão e uma lona
O pincel em minhas mãos
E o branco ganha vida
Traços feitos de uma imaginação
E a vida torna-se fria.
Para casa nunca podemos voltar
O dia é longo e a noite infinita
E que nossas palavras sirvam de conforto
Para aqueles que não podem sentir
A última gota da chuva.
Pra que insistir em fingir?
A música já não retrata a dor
E as súplicas aumentam em segundos...
Até onde a loucura humana irá?
Rostos passam dançando
Estranho olhar sem hesitar
As pessoas chorando em sorrisos.
E que sigamos para a próxima estação
Deixando daqui o tempo se encarregar.
Desenhos de rostos tão tristes retratam o meu pincelar.